[RESENHA & CURIOSIDADES] Entrevista com o Vampiro

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#RIPAnneRice | A famigerada escritora de ficção gótica infelizmente nos deixou semana passada, mas seu legado como rainha dos vampiros reverberará para sempre! Descanse em paz, dona Rice. ♡

Vamos conferir um poquinho sobre a história dela?

Entrevista com o Vampiro

Entrevista com o Vampiro teve sua primeira publicação há 45 anos, em 5 de maio de 1976. O livro conta a história de Louis, dono de uma plantação em Nova Orleans, que caiu nas mãos de um vampiro chamado Lestat. Lestat transforma Louis em vampiro. Louis odeia sua essência sobrenatural e luta contra seus impulsos sombrios. Enquanto isso, o cruel Lestat se regozija em drenar a vida ao seu redor. Os dois têm uma relação de amor e ódio intensa, que fica ainda pior quando eles criam uma filha vampira, Claudia, juntos. 

O relacionamento de Louis e Lestat cativou o mundo inteiro

Sua influência na ficção de vampiros cresceu TANTO ao longo dos anos que criou uma “dinâmica”: dois vampiros bonitões, um cheio de remorso e outro apaixonado pelo mal. É uma relação geralmente embebida em conflito e subtexto homoerótico.

Caça aos fanfiqueiros

No início dos anos 2000, Anne Rice afirmou que não queria fanfic de nenhum de seus personagens, até mesmo instruiu seus advogados a enviarem cartas alertando seus fanwriters mais conhecidos. Em AO3, Loustat é o ship mais escrito em The Vampire Chronicles!

Loustat é CANON!

Aos 71 anos, Anne Rice abriu o jogo: Lestat e Louis são um casal homossexual com uma filha (e choca 0 pessoas rs). Após a afirmação, Loustat se tornaram os primeiros vampiros pais do mesmo gênero do mundo inteirinho!

Entrevista com o Vampiro é um filme LGBQTIA+

Alguns fãs interpretam os vampiros do filme como uma alegoria do homossexual, transgressor e profundamente sexualizado, os quais representam simbolicamente uma minoria excluída que aos olhares da sociedade patriarcal reflete algo indecente, pecaminoso e imoral. 

O filme fala sobre solidão, e quão falta faz amar e ser amado em um mundo em que se é totalmente rejeitado por ser quem você é. Lestat o vampiro, quer companhia. Assim como Louis, também vampiro. O amor aqui entre os vampiros não esta a nível carnal, mas a nível espiritual. Eles precisam um do outro para preencher seus vazios… eternos. 

Defensora dos direitos LGBTQIA+

Além de ter sido dona de uma carreira de 45 anos que teve um impacto impressionante na cultura LGBTQ, ela afirmou: 

“Sempre transcendi o gênero e sempre vi o amor como uma transcendência do gênero. Em meus livros, sempre criei laços de amor que transcenderam o gênero. Eu sempre fui uma campeã dos direitos gays e da arte produzida por gays."

Os laços de Rice com a comunidade LGBTQ foram aprofundados quando seu filho, Christopher Rice, se revelou homossexual após se formar no ensino médio.

Resenha/sobre a leitura:

“Entrevista com o Vampiro” é um livro bastante simples: Louis narra a história de como foi transformado em vampiro por Lestat e como sua “vida” declinou a partir disso. Louis e Lestat tentam consertar seu relacionamento conturbado tendo uma filha ㅡ péssima ideia, pois a garotinha se mostrou muito mais monstruosa do que os dois juntos.

Para mim, Claudia é a criatura mais intrigante da história simplesmente porque um “vampiro criança” é mais assustador que qualquer vampiro adulto. É a verdadeira vilã. Ela está imortalmente aprisionada em uma carcaça infantil, enquanto sua mente amadurece e os pensamentos de mulher adulta não acompanham seu corpo de menina.

E por falar em imortalidade…

O que é solidão? O que é eternidade? O que é o mundo? Deus existe? O que significa ser bom? O que significa ser mau? O que é vida? O que é morte? Qual é o valor da vida? Entrevista com o Vampiro levanta todas essas reflexões.

É um livro sobre a imortalidade, cujo enredo explora profundamente a realidade torturante de uma vida que não tem fim. Assistir as pessoas que você ama definhando, a casa onde você cresceu desmoronando, ver tudo isso se apagando enquanto você permanece imortal… é esmagador.

Fica implícito que a história foi escrita por Anne Rice como forma de lidar com a tragédia em sua própria vida: a autora teve uma filha que faleceu muitíssimo jovem, com idade próxima à de Claudia. Inclusive li por aí que Rice confessou que a dinâmica Loustat foi uma espécie de “projeção” inconsciente de si mesma e seu esposo tentando lidar com a filha. É de partir o coração.


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